Setor automotivo ressurge e quatro montadoras anunciam mais de R$ 20 bilhões de investimentos no mercado brasileiro

Brasil viveu tempos sombrios nos últimos anos quando falamos sobre as fábricas de automóveis, fechamentos de plantas importantes como Ford (três unidades), Toyota (São Bernardo do Campo-SP) e Mercedes-Benz (Iracemápolis-SP), perdendo milhares de postos de trabalho. Agora, no entanto, o jogo parece ter virado. Em poucos meses, quatro montadoras anunciaram quase R$ 21 bilhões de investimentos no mercado brasileiro – mais está por vir. Afinal, o que está por trás da investida?

O maior investimento foi anunciado pela Volkswagen neste início de fevereiro. A montadora alemã investirá R$ 9 bilhões no país entre 2026 e 2028, além dos R$ 7 bilhões já anunciados para aporte entre 2022 e 2026 – um total de R$ 16 bilhões.

Em um primeiro momento, a quantia contempla o desenvolvimento e a produção de quatro novos carros, previstos para 2024. Entre as novidades, a marca já confirmou que lançará uma picape – que deve concorrer com Fiat Toro e Chevrolet Montana -, um novo motor e uma nova plataforma – os dois últimos serão utilizados em veículos híbridos. Até 2028, serão 16 novos veículos. -, um novo motor e uma nova plataforma – os dois últimos serão utilizados em veículos híbridos. Até 2028, serão 16 novos veículos.

Na semana anterior, foi a Chevrolet que anunciou seu novo ciclo de investimentos de R$ 7 bilhões até 2028 – o que inclui a atualização de suas plantas, o lançamento de seis veículos ainda em 2024 e a renovação de todo o portfólio até o fim do ciclo. A marca também afirmou que modelos eletrificados, sem cravar se híbrido ou elétrico, fazem parte dos planos.

Em novembro do ano passado, foi a vez da Nissan anunciar um investimento adicional de R$ 1,5 bilhão. No total, serão R$ 2,8 bilhões aportados em sua planta em Resende (RJ) entre 2023 e 2025. A Renault também direcionou R$ 2 bilhões para o Brasil

No total, serão R$ 2,8 bilhões aportados em sua planta em Resende (RJ) entre 2023 e 2025. A Renault também direcionou R$ 2 bilhões para o Brasil.

Oportunidade x necessidade – Tantos anúncios em pouco tempo revelam que não se trata de decisões pontuais de cada marca, mas de uma mistura de necessidade com oportunidade. Conforme explicado pelo CEO da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, em entrevista à coluna de PAULA GAMA NO UOL, “investimentos sempre acontecem, mas o cenário define o tamanho”.

Uma tradução justa para frase é que toda marca que produz no país precisa aportar mais dinheiro para se manter, mas o momento atual, com incentivo à eletrificação pela legislação, é uma oportunidade para investir.

Para manter crescimento de 40% em 2024, empresa do setor automotivo tem itens fabricados na China que representam 15% das vendas no Brasil

Há onze anos no Brasil a AutoZone vem crescendo ao ritmo de 30% a 40% ao ano, principalmente depois da pandemia, na esteira da disparada na venda de veículos usados e seminovos e por causa da maior demanda pela manutenção dos carros. E está investindo US$ 5 milhões na aquisição de terreno em Paulínia, SP, para a construção de um novo centro de distribuição, já em obras, que exigirão aporte equivalente a duas ou três vezes este valor ao longo de 2024. A perspectiva é que seja inaugurado até dezembro.

Foi o que contou à Agência AutoData o presidente da AutoZone no Brasil, Maurício Braz. Se no princípio havia apenas oito lojas, durante os seis anos iniciais no País, que foram espécie de laboratório para entender como o mercado e o consumidor brasileiro funcionam, em 2017 o crescimento foi acelerado e, hoje são 107 revendas de autopeças e acessórios em sete estados. Até o fim do ano a proposta é alcançar 150 unidades nessas mesmas regiões, que abrangem São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás, a fim de fortalecer sua presença.

“Percebemos, na pandemia, que o Brasil detém mercado muito resiliente. Até porque operamos com itens de necessidade, uma vez que os carros precisavam continuar rodando.”

Segundo ele, passado este período, o negócio continuou a se expandir em um perfil semelhante, com menos itens na cesta e mais focado em produtos de entrada, e a oferta foi adequada a essa procura. Tanto que a rede possui o propósito de constantemente diversificar o portfólio, assegurou o executivo, com opções de produtos que equilibram menor tempo de garantia para chegar a um preço menor, por exemplo, além de itens de qualidade superior, equivalente à das OEMs, e da linha premium:

China – “Estamos sempre abertos para experimentar novos produtos. Inclusive temos itens de marcas próprias da AutoZone fabricadas na China, que representam em torno de 15% das vendas”.

Neste cenário a empresa vê com otimismo moderado as perspectivas de retomada da economia, redução de juros e maior acesso ao crédito. E a aposta do retorno financeiro se dá mais sobre o crescimento da rede e a maior penetração no mercado do que, de fato, no avanço econômico: “Como nosso crescimento é orgânico seguimos projetando o crescimento de dois dígitos de 30% a 40%, pelo menos”.

Empresa do setor de Defesa investirá R$ 3 bi no interior de São Paulo

A SIATT – Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico, que atua no setor de Defesa, vai investir R$ 3 bilhões para instalar uma nova fábrica, de 7 mil m², próxima à Via Dutra, para a produção de armamentos de alta complexidade. O anúncio acontece após a empresa ter parte de seu capital adquirido pelo Grupo Edge, estatal dos Emirados Árabes, em setembro. Atualmente, a Siatt opera dentro do Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos e participa do desenvolvimento de dois mísseis nacionais.

O anúncio do investimento, aliás, foi realizado nos Emirados Árabes, em meados de janeiro, durante visita da diretoria da empresa a Abu Dhabi, acompanhada de uma comitiva representantes do governo do Estado de São Paulo e da Prefeitura de São José dos Campos. O objetivo era conhecer a sede do Grupo Edge.

Na avaliação da empresa, o investimento abrirá cerca de 100 novos postos de trabalho, o que praticamente dobrará seu quadro de pessoal. A maioria dos contratados será composta por talentos altamente qualificados e com formação universitária. A ampliação é prevista para ser concluída em dois anos. Estima-se ainda que serão gerados outros 600 empregos indiretos entre prestadores de serviços, empresas parceiras e fornecedores.

O CEO e cofundador da SIATT, Rogerio Salvador, disse que a reestruturação e expansão são passos fundamentais para atender às crescentes demandas e desafios do mercado. “Nossa expansão em São José dos Campos representa um marco significativo em nosso compromisso com o avanço de sistemas de alta tecnologia e armas inteligentes”.

“Com o apoio da Edge, não estamos apenas expandindo nossas capacidades, mas também criando oportunidades de trabalho para talentos locais e impulsionando o crescimento econômico. Esperamos ansiosamente pelas oportunidades que essa expansão nos proporcionará para aprimorar ainda mais nossas ofertas e capacidades, impulsionando a inovação e o crescimento de nossa empresa, da nossa região e do nosso país”, disse Salvador.

Para o executivo, a presença do Edge na SIATT facilitará a abertura de mercados e fornecerá acesso a mais linhas de financiamento para a operação e a garantias bancárias. “O mercado interno brasileiro não é suficiente para manter a indústria mobilizada. Para manter as operações, precisamos contar com encomendas externas, apesar de que antes de tudo precisamos da chancela do operador local, para encomendas que atendam ao próprio país.”

Para Hamad Al Marar, presidente do cluster de Mísseis e Armas do Grupo Edge, a expansão das instalações da SIATT em São José dos Campos é uma prova do papel fundamental da EDGE na promoção do crescimento da empresa brasileira. “Essa transformação não apenas reforça as capacidades da SIATT, mas também serve como um catalisador para o desenvolvimento econômico, que deve gerar muitas centenas de oportunidades de empregos diretos e indiretos. Isso ressalta nosso compromisso inabalável com a inovação tecnológica e a prosperidade dos parceiros e das comunidades com as quais nos envolvemos”, afirmou.

SIATT – Com sede em São José dos Campos (SP), um dos principais polos tecnológicos do Brasil, a SIATT é certificada como EED (Empresa Estratégica de Defesa) pelo Ministério de Defesa do Brasil, e possui um longo histórico de projetos bem-sucedidos em colaboração com a Marinha e o Exército.

A empresa projeta, desenvolve e fabrica Sistemas Integrados de alto valor tecnológico visando atender os mercados nacional e internacional, com desenvolvimento tecnológico agregado de última geração em setores estratégicos.

Fonte: https://www.usinagem-brasil.com.br

Programa EduComex chega de forma inédita ao mercado de comércio internacional brasileiro

O “Dia do Comércio Exterior” em 2024 será lembrado em grande estilo pelo mercado deste importante setor no Brasil.

Um evento online e o lançamento de um Programa Educacional inédito batizado de EduComex, no próximo dia 29 de janeiro, às 14h, marcarão a passagem deste dia especial (comemorado no Brasil oficialmente em 28/01, data da Abertura dos Portos às Nações Amigas, por D. João VI, em 1808).

A Plataforma EduComex – Programa Inédito de Educação em Comércio Exterior Brasileiro – é um dos principais projetos da atual gestão do SINDASP (Entidade que representa os Despachantes Aduaneiros em São Paulo) e é aguardado com grande expectativa pelo mercado, especialmente pela categoria. “Desde o início de nossa gestão, em 2022, defendemos que a qualificação é o caminho para a valorização do Despachante Aduaneiro. O Programa nasce ainda mais robusto com oportunidades para todo o mercado de comércio exterior brasileiro”, comemora Elson Isayama, Presidente do SINDASP.

A novidade mais recente do evento foi a confirmação de presença de Tiago Barbosa, Coordenador Geral de Facilitação da SECEX (Secretaria de Comercio Exterior) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que se junta ao Secretário Estadual de Negócios Internacionais de SP, Lucas Ferraz, e ao Superintendente Adjunto da Receita Federal do Brasil em São Paulo, Fabiano Coelho, para abrilhantar ainda mais a importante data.

Conheça as novidades e os projetos previstos para 2024 no mundo do Comércio Exterior, com as palestras enriquecedoras desses convidados especiais.

Participe: 29/01 às 14h – Dia do Comex – “Perspectivas 2024 & Lançamento do EduComex”.

 

Link: https://www.youtube.com/watch?v=1vQ7NmDqzA8

Após visita à China, “Lothus Cargo” acredita na logística do agronegócio para crescer em 2024

País asiático cresce 13% nas exportações brasileiras de 2023. Segmento já representa 20% dos negócios da empresa de Campinas, no interior de SP.

O Brasil encerrou o ano de 2023 com US$ 166 bilhões em exportação de produtos do agronegócio. Este valor simboliza um aumento de mais de 3% em transações no comparativo com dados de 2022. O principal comprador do país foi a China, seguida da União Europeia e dos Estados Unidos. O parceiro asiático exportou aproximadamente US$ 51bi do setor brasileiro, com foco em soja e milho. Com esses números, a contribuição chinesa nas exportações ficou acima de 13% em 2023. Em dados do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA Esalq/USP), o Agronegócio se aproxima de 30% de participação no PIB Brasileiro, em números considerando os PIBs dos seus segmentos de insumos, agropecuária, agroindústria e agrosserviços.

Na esteira desse crescimento e atenta a esses dados significativos, a Lothus Cargo – empresa brasileira especializada em logística e comércio exterior, com sede em Campinas (SP) – cresceu 10% somente em negócios do Agro no ano de 2023.  Para Dina Santos, diretora executiva da Lothus Cargo, não é só isso. “Os números são representativos, mas nós olhamos além. Acreditamos que é o setor que ainda pode expandir e será o campo da economia que irá desenvolver o Brasil no futuro”, avalia Dina.

Visita à China – Representada pelas executivas da empresa, Mariana Mauricio e Fabrícia Ribeiro (FOTO), a Lothus Cargo marcou presença em uma viagem de negócios à China no final de 2023. Elas ficaram impressionadas com os avanços tecnológicos e o potencial de crescimento comercial entre Brasil e China no setor de agronegócios.

A empresa aposta em seus diferenciais logísticos para progresso neste segmento. O caminho é a expertise da empresa para serviços de “ex-tarifário”, recuperação de impostos, remoção da carga para terminais com melhores custos, benefícios de ICMS e o regime aduaneiro especial de Drawback, são alguns exemplos. “Sem contar nosso time de especialistas no assunto, que trabalha na solução operacional adequada de importação, exportação ou de transporte para cada cliente”, completa Leandro Soriano, diretor comercial.

Hoje o segmento do Agronegócio representa 20% nos negócios da Lothus Cargo. A empresa trabalha na importação não só de máquinas, equipamentos, irrigação, insumos, além, naturalmente, de comodities. As operações são quase que na totalidade via setor marítimo. “O Brasil está em papel de destaque para continuar a liderar o mundo na produção de alimentos e matérias-primas agrícola. A industrialização do agro é o caminho para o crescimento do País”, finaliza Dina Santos.