Nova etapa do “Brasil Mais Produtivo” terá foco em eficiência energética e tecnologia
O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, anunciou hoje a expansão do programa Brasil Mais Produtivo, que completa um ano este mês. O programa começa agora uma nova etapa, com foco em eficiência energética e tecnologia. O B+P também avança em transparência, com lançamento de um novo portal.
“Trata-se de um salto qualitativo no processo produtivo da indústria. Queremos com esta ação elevar o patamar da produção nacional, para que as nossas empresas estejam em condições de competir no mercado interno e externo, operando com tecnologia de ponta”, afirmou o ministro. “Estamos correndo contra o tempo para elevar o padrão da indústria nacional aos melhores conceitos que existem no mundo”, completou.
O Brasil Mais Produtivo reúne um conjunto de ações que visam ampliar a produtividade das empresas participantes em pelo menos 20%, por meio da oferta de consultoria especializada a indústrias de pequeno e médio porte. Todo o processo produtivo da empresa participante é avaliado, com o objetivo de reduzir os desperdícios mais comuns. São melhorias rápidas, de baixo custo e alto impacto. Na primeira fase, o alvo foram três mil empresas.
“Constatamos nas 27 Unidades da Federação a média de 53% em aumento de produtividade nas empresas. Muito acima da meta que era de 20%. Mas há casos de melhora de 83%. A partir desses resultados, estamos seguros de que podemos avançar ainda mais. Estamos trabalhando para ampliar as empresas atendidas pelo Brasil Mais Produtivo de 3 mil para 5 mil”, informou o ministro.
Eficiência Energética – O Brasil Mais Produtivo passa a oferecer consultoria a empresas com foco em eficiência energética, buscando reduzir custos e desperdícios de energia no processo produtivo. Atualmente, o método a ser aplicado passa por testes, com 48 participantes. Com isso, o governo pretende aplicar de forma racional e eficiente os recursos do programa, após testar a metodologia. Para esta fase, o MDIC disponibilizou R$ 1 milhão.
Após a conclusão do projeto piloto, cerca de 400 empresas serão atendidas, o que ocorrerá a partir de julho. Nesta fase, serão investidos R$ 8 milhões em recursos provenientes de parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e também do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
“Melhorar a produtividade é melhorar a competitividade de nossas empresas. Neste sentido, a expansão do Brasil Mais Produtivo, em eficiência energética e tecnologia, é um salto extraordinário no programa. É uma importante iniciativa do governo para que a indústria brasileira seja cada vez mais competitiva no mercado externo”, disse o secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial, Igor Calvet.
Tecnologia – A expansão do programa também prevê ações no eixo “digitalização e conectividade”, levando às empresas participantes técnicas de digitalização de todo ou parte do processo produtivo. Na prática, os consultores aplicarão soluções utilizando plataformas tecnológicas como: aplicação de realidade aumentada no chão de fábrica; gerenciamento remoto; implementação da internet das coisas na linha de máquinas e big data.
Esses mecanismos permitirão, por exemplo, a tomada de decisão automatizada para regulação da linha de produção, permitindo aumento do rendimento e da produtividade e ajustes rápidos dos parâmetros para economia de recursos.
Atualmente, dez empresas passam por etapa piloto do programa na área de tecnologia, para a qual foram investidos R$ 2 milhões pelo Senai. Esta fase deve durar todo o ano de 2017. A partir de janeiro de 2018, serão inseridas 30 novas empresas participantes. Serão selecionadas indústrias que produzem equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos. O custo estimado do investimento será de R$ 150 mil por participante, com recursos do Ministério da Saúde.
“Nesse eixo, o programa busca enfrentar os desafios da indústria 4.0, uma vez que estamos propondo qualificar o processo produtivo com tecnologia de ponta”, disse o ministro Marcos Pereira. A metodologia poderá ser aplicada em qualquer setor e a expectativa é que outros segmentos da indústria possam ser integrados ao programa futuramente.
“Estamos caminhando lado a lado com o setor produtivo brasileiro, buscando reduzir a burocracia, ampliar os programas de apoio à competitividade, desenvolver políticas que ofereçam previsibilidade, segurança jurídica e condições reais e sustentáveis de crescimento econômico. Considero que, com a expansão do Brasil Mais Produtivo, consolidamos mais uma etapa deste que é o nosso maior compromisso com a indústria brasileira”, concluiu.
Transparência – Todos os detalhes das ações desenvolvidas agora estão disponíveis na internet, no site www.brasilmaisprodutivo.com.br. O novo portal entrou no ar ontem, no final do dia. Agora, qualquer cidadão pode verificar pelo site os resultados do programa e dos recursos investidos. O portal traz ainda cases de sucesso, formulário para que empresas interessadas em participar possam se cadastrar, entre outras facilidades.
Balanço – Durante o primeiro ano do Brasil Mais Produtivo, o alvo foram negócios em quatro setores (metalmecânico, vestuário e calçados, moveleiro, alimentos e bebidas). Os resultados apresentados demonstraram a eficiência do programa. Em média, as empresas atendidas tiveram ganhos de 52,9% em produtividade.
Entre abril de 2016 e abril de 2017, 550 empresas de todos os estados brasileiros tiveram seu atendimento concluído por mais de 500 consultores do Instituto Senai de Tecnologia e das unidades do Senai. Outras 1.102 empresas estão em atendimento.
Os consultores foram treinados para aplicação de ferramentas focadas no processo produtivo. Foram feitas intervenções para aumento da produtividade da indústria, por meio da redução dos sete tipos de desperdícios mais comuns: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos.
Em dois anos, estão previstos investimentos de R$ 50 milhões, sendo que o custo de cada empresa é de R$ 18 mil – destes, R$ 15 mil aportados pelos realizadores do programa. O restante é contrapartida do participante.
Ao final, a avaliação dos resultados é realizada a partir de quatro indicadores: Produtividade (aumento da quantidade de unidades produzidas em um espaço de tempo); Movimentação (a diferença entre o tempo de movimentação dentro da empresa antes e depois do programa); Qualidade (a diferença entre o retrabalho antes e depois do programa) e Retorno financeiro (diferença entre o retorno financeiro e o que foi investido no programa).
Podem se candidatar ao Brasil Mais Produtivo as empresas industriais com produção manufatureira, de pequeno e médio portes, que tenham entre 11 e 200 empregados e, preferencialmente, estejam inseridas em Arranjos Produtivos Locais (APLs) ou aglomerações produtivas. O cadastro deve ser feito pela empresa na página do programa na internet, detalhando o setor e a localidade em que atua, além do número de funcionários.