Trem-bala substitui duplicação da Via Dutra e dois aeroportos
Fluxo anual de passageiros entre Rio e São Paulo deve subir de 7,8 milhões para 50 milhões até 2044
Com o leilão marcado para setembro, o Trem de Alta Velocidade (TAV) que ligará Campinas a São Paulo e ao Rio de Janeiro é a alternativa que o governo defende para evitar a necessidade de abertura de uma nova rodovia paralela à Via Dutra e ainda a construção de dois novos aeroportos, nas duas capitais.
O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, defende a viabilidade do trem-bala como solução para o crescimento da demanda de passageiros no eixo Rio – São Paulo nas próximas décadas.
De acordo com a estimativa do governo, o atual fluxo anual de 7,8 milhões de passageiros entre as duas metrópoles deve superar a marca de 50 milhões de pessoas em 2044.
“Sem o TAV, seria necessário o investimento de cerca de R$ 30,5 bilhões para a construção de uma nova rodovia paralela à Dutra e ainda a construção de dois novos aeroportos, um no Rio e outro em São Paulo”, afirmou Bernardo Figueiredo em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado.
“Com um investimento semelhante no trem-bala, pode-se absorver essa demanda e ainda duplicá-la posteriormente apenas com a colocação de mais trens em funcionamento”, afirmou Figueiredo.
De acordo com ele, somente para a construção de uma nova rodovia para escoar esse tráfego, seriam gastos cerca de R$ 18,5 bilhões, e os outros R$ 12 bilhões teriam que ser investidos em novos aeroportos.
Leilão. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou esta semana o edital da concessão do empreendimento. O leilão dessa primeira etapa está marcado para o dia 19 de setembro e a previsão é de que a linha comece a operar comercialmente em julho de 2020.
“O TAV é seguro, com risco de morte em acidentes quase zero, além de ser um transporte limpo que garante regularidade e conforto ao usuário”, completou Figueiredo.
Ao defender a viabilidade do trem-bala, Figueiredo explicou que o governo terá um gasto de cerca de R$ 28 bilhões para as obras da linha do TAV – que serão licitadas em um segundo momento -, mas ponderou que a expectativa de arrecadação com a outorga da operação do trem na concessão de 40 anos é superior a R$ 30 bilhões. “O esforço público será próximo de zero. Temos uma margem de segurança para isso”, concluiu.
Fonte: Estadão
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