Carne bovina: exportação pode subir após impasse entre China e Austrália

O volume de carne bovina in natura e industrializada exportada pelo Brasil de janeiro a abril deste ano é recorde e esse resultado se deve à aquecida demanda da China. O país asiático foi destino de 203,47 mil toneladas de carne, mais que o dobro da quantidade registrada no mesmo período de 2019, de 96,05 mil toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Diante disso, enquanto as exportações de carne bovina à China no primeiro quadrimestre de 2019 representaram 17,71% do total embarcado pelo Brasil, no mesmo período de 2020 passaram a corresponder por 37,1%.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) afirma ainda que as exportações brasileiras podem ser reforçadas ainda mais, já que recentemente, a China embargou a importação de carne bovina de alguns frigoríficos da Austrália. O país já foi um importante fornecedor de carnes aos chineses.

“O mercado brasileiro evidencia ter potencial para atender à aquecida demanda chinesa, tendo a favor a alta competitividade, devido, especialmente, ao custo de produção inferior ao de importantes concorrentes mundiais. Atualmente, o alto patamar do dólar também favorece o preço da tonelada da carne brasileira exportada”, afirma a entidade.

Diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, anuncia que deixará cargo no final de agosto

Em um comunicado, o diretor afirma que a decisão foi pessoal e não envolve questões de saúde e nem motivações políticas.

“Entre o isolamento e minha recente cirurgia no joelho, tive mais tempo do que o habitual para refletir. E cheguei a essa decisão somente após longas discussões com minha família – minha esposa aqui em Genebra, minhas filhas e minha mãe em Brasília. É uma decisão pessoal – uma decisão familiar – e estou convencido de que esta decisão serve os melhores interesses desta Organização”,

“Eu também quero ser claro sobre o que não é: não está relacionado à saúde (graças a Deus). Também não estou buscando oportunidades políticas”, ressaltou.

Ele convocou uma reunião virtual para informar membros nacionais nesta quinta-feira à tarde sobre sua decisão de sair antes do final do mandato.

A saída dele acontece em um momento importante para o órgão de 25 anos, que viu seu papel na resolução de disputas ser afetado depois que seu Conselho de Apelação foi paralisado, em dezembro, por uma decisão dos Estados Unidos de bloquear a indicação de juízes.

A OMC, que tem o objetivo de determinar regras globais de comércio, não produziu nenhum grande acordo internacional desde que abandonou a “Rodada de Doha” em 2015.

Seus membros estão negociando um acordo para reduzir subsídios à pesca buscando permitir uma retomada dos estoques de peixes, enquanto um grupo menor está discutindo um possível acordo sobre e-commerce. Entretanto, persistem importantes diferenças e os grupos estão longe de um consenso necessário para fechar ambos os acordos.

Alguns membros, destacadamente os EUA, Japão e União Europeia, pressionam por reformas mais fundamentais Eles dizem que as regras comerciais globais precisam refletir novas realidades, como uma China mais forte, e lidar com problemas como subsídios estatais e transferências forçadas de tecnologia.

Secretaria dos Portos: reequilíbrio de contratos será discutido “em momento adequado” após pandemia

Possíveis medidas para adoção de reequilíbrio econômico-financeiro de contratos de arrendamento no Brasil serão avaliadas somente após o Governo Federal contar com dados para aferir as necessidades de ajuste em cada acordo, anunciou a diretora do Departamento de Gestão de Contratos da Secretaria Nacional de Portos, Flávia Takafashi, durante videoconferência realizada pelo Fórum Nacional Brasil Export nesta terça-feira, 12 de maio, com a participação de conselheiros e patrocinadores.

Os pleitos de reequilíbrio, que partiram da iniciativa privada, têm como objetivo assegurar a continuidade da prestação de serviços públicos no cenário pós-pandemia de COVID-19. Segundo ela, o Ministério da Infraestrutura está preparado para dar respostas ao mercado na medida em que a disseminação de casos envolvendo o novo coronavírus seja controlada em território nacional. “Em momento adequado discutiremos o reequilíbrio [dos contratos]. O impacto ainda não foi sentido e não sabemos como será a resposta daqui para a frente. Até que esse momento chegue, provavelmente teremos que tomar medidas cautelares para que o setor tenha impactos menores”.

A Advocacia-Geral da União (AGU) deu parecer favorável à análise de contratos de concessão de rodovias, terminais portuários e aeroportuários ainda no mês de abril. “Não é segredo que os terminais de líquidos têm sido os mais atingidos. O setor de minério de ferro foi o primeiro a ser afetado, pela redução de compras pela China, mas está aos poucos retomando a padrões anteriores à pandemia, ainda que exista uma dependência das compras pelos Estados Unidos”, observou Flávia. Ela destacou que a movimentação do setor portuário registrou queda de 1,1% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado, conforme boletim estatístico divulgado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

A diretoria da Secretaria de Portos ressaltou, também, que o Tribunal de Contas da União (TCU) sugeriu a criação de uma câmara arbitral com o intuito de proporcionar maior segurança jurídica e celeridade na tomada de decisões do setor aquaviário. A medida pode facilitar os ajustes e medidas cautelares durante o impacto da pandemia de COVID-19 nas operações portuárias. “Por melhor que seja a decisão tomada, a visão sobre ela daqui a dois anos pode ser diferente, já que você terá mais informações para analisar. É fácil ser engenheiro de obra pronta”, avaliou Flávia.

Outro aspecto abordado na videoconferência foi a publicação da Portaria 46, de 8 de maio de 2020, pelo Ministério da Infraestrutura. O texto dá regramento ao recebimento do valor da indenização aos trabalhadores portuários avulsos. A publicação é considerada um grande avanço no sentido de garantir a segurança do trabalhador portuário em situação de risco e manter a normalidade nas operações nos portos públicos brasileiros. Os operadores portuários ou tomadores de serviço que requisitarem esses profissionais ao Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) vão custear os valores. Caso esse pagamento cause impacto sobre os contratos de arrendamento já firmados, poderá haver reequilíbrio econômico-financeiro.

Flávia elogiou a manutenção do calendário dos leilões de concessão no segmento aquaviário. O único procedimento cancelado até o momento foi o do Terminal de Passageiros de Fortaleza, que seria realizado em 27 de março. Além do impedimento de sessão pública presencial, o cancelamento ocorreu porque o turismo é um dos setores econômicos mais afetados pela pandemia e deve demorar para reestabelecer alguma normalidade. “A defesa de política pública do Ministério é a atração de investimentos, por isso o ministro Tarcísio [Gomes de Freitas] trabalha para realizar os leilões e ampliar o rol dos contratos de concessão”.

Receita Federal amplia horários de liberação de carga em Viracopos e agiliza fluxo de mercadorias

A Alfândega da Receita Federal do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), implantou nesta semana uma medida que vai diminuir os tempos de permanência das mercadorias no Terminal de Carga e melhorar ainda mais a distribuição, ao longo do dia, do fluxo de caminhões nos pátios de retirada de produtos desembaraçados no aeroporto e porto secos sob a jurisdição da referida Alfândega. Para isso, foram definidos novos horários para conferência e liberação de mercadorias importadas.

Com mais um horário de parametrização e liberação de mercadorias, a Alfândega de Viracopos colabora para o aumento da fluidez no processo de importação, uma vez que essa ação reduz o “tempo de espera” das DIs (Declarações de Importação) até a formação e liberação dos lotes.

Além disso, ao ampliar o horário de parametrização, é possível aperfeiçoar o uso da estrutura logística do complexo aeroportuário que, embora funcione 24 horas, acaba sendo concentrada para o carregamento de mercadorias desembaraçadas em determinados horários.

O horário adicional de parametrização e liberação de cargas é às 20h, englobando Declarações Registradas até 17h10. Já pela manhã, o primeiro horário de parametrização passa a ser 7h, com liberação de cargas às 9h30. Nos finais de semana e feriados, a liberação é efetuada após as 12h.

De acordo com o Fabiano Coelho, Delegado da Alfândega da Receita Federal no Aeroporto de Viracopos, outro aprimoramento ocorre em relação ao trabalho de liberação de mercadorias aos finais de semana e feriados, tanto pela equipe de plantão, no caso de Declarações Selecionadas para canais amarelo e vermelho, quanto pela equipe de gerenciamento de riscos, no caso do chamado Canal Verde.

“Além de se evitar o acúmulo de Declarações de Importação para serem liberadas na segunda-feira ou no dia útil subsequente, o trabalho aos finais de semana proporciona a utilização do complexo aeroportuário em dias e horários de menor demanda, tornando mais ágil o processo e melhorando a experiência do usuário”, disse o delegado da Alfândega.

“Desde que programamos a liberação aos finais de semana em dezembro do ano passado, observamos um aumento no registro de Declarações de Importação em dias não úteis e já somos os maiores do Brasil nesse quesito. Isso significa que havia uma demanda represada por esse tipo de conveniência e que, à medida que mais importadores vão descobrindo que Viracopos oferece, de fato, uma logística 24 horas/7 dias por semana, a tendência é o crescimento ser ainda maior”, completou Fabiano Coelho.

Segundo levantamento da Alfândega de Viracopos, a evolução dos tempos médios de desembaraço (em horas) de Declarações de Importação desde o início do ano passado, aponta para a queda drástica dos tempos tanto no Canal Vermelho quanto no Canal Amarelo.

“Os tempos médios do canal verde seguem abaixo de 6 horas. Depois dessa redução expressiva de tempos, já estamos entre as unidades mais ágeis do país, sendo que o objetivo, Desafio Viracopos 2020, é chegar, no máximo até o final do ano, na liderança. Os tempos brutos são de responsabilidade de todos, Aduana, Importadores, Despachantes, Depositários e Transportadores Internacionais e equipe do Aeroporto”, concluiu o delegado.

Veja tabela:

Período Canal Medição em horas
1º trimestre 2019 Vermelho 455,9339
2º trimestre 2019 Vermelho 355,7042
3º trimestre 2019 Vermelho 278,7539
4º trimestre 2019 Vermelho 214,1457
1º trimestre 2020 Vermelho 169,8434
1º trimestre 2019 Amarelo 669,6794
2º trimestre 2019 Amarelo 373,6512
3º trimestre 2019 Amarelo 295,4745
4º trimestre 2019 Amarelo 156,0521
1º trimestre 2020 Amarelo 130,9787

Viracopos passa a receber nova frequência semanal de voo cargueiro da Lufthansa

O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), passou a ter a partir dessa quarta-feira, 29 de abril, uma nova frequência semanal de voo cargueiro da companhia aérea alemã Lufthansa.

A frequência é temporária e ocorrerá até o dia 26 de maio. Nesse período, a companhia fará uma análise da demanda de voo, o qual poderá ser estendido ou até se tornar permanente.

A Lufthansa vai oferecer a ligação de Viracopos com países da Africa, Europa e América do Sul. Os voos serão realizados com uma aeronave MD-11F, na rota Buenos Aires-Viracopos-Dakar-Frankfurt, as quartas-feiras.

Viracopos foi o aeroporto escolhido para a nova frequência devido à operacionalização dos voos de carga, já que a companhia Lufthansa possui outras quatro frequências no local, facilitando os trabalhos com a equipe orgânica e terceirizada. A carga transportada será em sua maioria bens de consumo, partes e peças para a indústria e insumos farmacêuticos.

Com esta nova rota, o aeroporto amplia ainda mais sua importância no cenário de transporte de carga aérea no Brasil. Hoje, o Terminal de Carga (TECA) de Viracopos é um dos mais importantes e movimentados do Brasil e é o maior do país na importação de cargas.