“O Brasil não parou e não vai parar”, diz Temer após manifestações

Um dia após manifestações que deixaram 48 feridos e oito presos em Brasílias (DF),  o presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou, em vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (25), que o Brasil “não parou e não vai parar”.

“Meus amigos, o Brasil não parou e não vai parar. Continuamos avançando e votando matérias importantíssimas no Congresso Nacional. As manifestações ocorreram com exageros, mas deputados e senadores continuaram a trabalhar em favor do Brasil”, disse. O protesto de ontem pedia a saída de Temer do governo e se opunha às reformas em tramitação no Congresso.

A declaração foi dada em vídeo gravado na tarde desta quinta. Foi a primeira declaração pública de Temer sobre o assunto.

“Aprovaram número expressivo de medidas provisórias. Sete em uma semana. E a reforma trabalhista avançou no Senado. Expressão portanto do compromisso em superar a crise”, diz, em uma tentativa de ressaltar a permanência da fidelidade da base aliada.

Entre as medidas “vitais” que Temer cita no vídeo estão a regularização fundiária, o pente-fino no auxílio-doença do INSS e a liberação de contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). As três medidas já haviam sido postas em prática antes da crise política e foram aprovadas pelo Parlamento nesta quarta. Quando o presidente edita uma medida provisória, a iniciativa entra em vigor imediatamente, mas precisa da confirmação do Congresso para se tornar definitiva.

Por fim, Temer ressalta que o governo “tem muito ainda a fazer” e este é o “único caminho” que pretende seguir. “Colocar o Brasil nos trilhos. Portanto, vamos ao trabalho.”

Ele ainda agradece aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Nesta quarta, houve rusgas entre Maia e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, quando este afirmou que a presença das Forças Armadas em Brasília, já revogada, teria sido uma solicitação do deputado.

Nesta quinta, foi protocolado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) o 13º pedido de impeachment de Temer na Câmara dos Deputados desde 17 de maio, quando foram reveladas acusações contra o presidente na delação premiada de executivos da JBS.

No entanto, no vídeo, Temer não cita os pedidos de impeachment nem sua suposta participação em esquemas de corrupção.

Com informações: G1