Brasil envia memorando inicial de adesão à OECD

O processo de adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) teve mais um passo concluído. O governo brasileiro encaminhou ao organismo internacional, que reúne as economias mais industrializadas do planeta, o memorando inicial, que servirá de base para avaliar o alinhamento do país aos compromissos do grupo.

Enviado por carta com data de 30 de setembro, o memorando foi detalhado hoje (6) em cerimônia no Palácio do Planalto. A entrega do documento estava prevista no roteiro de adesão do Brasil ao grupo, aprovado pela OCDE em junho.

Com 1.170 páginas, o memorando avalia o grau de alinhamento das legislações, das políticas e das práticas do país candidato aos padrões estabelecidos pela OCDE em 32 diferentes setores. Entre as áreas analisadas, estão comércio, investimento, economia digital, saúde, educação, meio ambiente, concorrência, turismo e energia nuclear.

O nível de cumprimento de cada uma das 230 normas da OCDE foi analisado, das quais 208 são indispensáveis para o ingresso na organização. Segundo o governo brasileiro, o país aderiu a 108 normas e está em processo de adesão a mais 45.

“O memorando inicial servirá de base para as futuras discussões técnicas do grupo de trabalho junto à organização. O Brasil busca aliar-se ao que há de mais moderno no mundo e aos países desenvolvidos”, disse o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Para o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, o Brasil tem a ganhar com a entrada na OCDE, processo que leva décadas. “O adensamento das relações com a OCDE, uma vez que culmine com o ingresso do Brasil na organização, vão ajudar-nos a lidar com os nossos gargalos e as nossas deficiências, o famoso custo-Brasil”, declarou.

Também presente à solenidade, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a adesão à OCDE ajudará o Brasil a consolidar-se como uma das principais economias do planeta. Segundo ele, o processo abre caminho para acesso a organismos internacionais importantes, como um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

“O Brasil, depois do fim do processo de acesso, será o único país ao mesmo tempo na OCDE, no G20 [grupo das 20 maiores economias do planeta] e no Brics [grupo que reúne países emergentes]. Isso abre caminho para que o país, quem sabe, possa entrar no Conselho de Segurança das Nações Unidas [de forma permanente]”, acrescentou o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Processo – Em janeiro deste ano, o Brasil recebeu a carta-convite para dar início ao processo de acessão à OCDE. Além do Brasil, a organização fez o convite a cinco países: Argentina, Peru, Romênia, Bulgária e Croácia.

O país apresentou um plano de adesão, que foi aprovado pela OCDE em junho. O cronograma previa a entrega do memorando antes do fim do ano. O trabalho de análise do alinhamento do Brasil às normas da OCDE envolveu 972 técnicos do governo federal de 26 ministérios.

Sem prazo definido, o processo de adesão à OCDE acabará quando, concluídas as revisões técnicas e outras discussões, o Conselho do órgão decidir estender o convite formal ao Brasil para aceder à organização. Segundo o governo, a convergência aos padrões da OCDE é parte de ampla estratégia de fortalecimento da inserção do Brasil no exterior.

Com foco na exportação, empresa do setor madeireiro que crescer 12% até 2023

Neste início de 2022, uma das maiores companhias de produção madeireira do Brasil, a Araupel decidiu dividir os seus negócios e criou uma nova empresa, a Millpar. A companhia ficará responsável pelos processos industriais com madeira (transformação em molduras, painéis, guarnições e componentes de portas, escadas, janelas e móveis). Enquanto isso, a Araupel foca seus negócios nos projetos ligados ao agronegócio.

Foco na exportação – Com a mudança estrutural, a Millpar assumiu os 1,7 mil funcionários que atuavam neste segmento da Araupel, nas plantas de Guarapuava (sede) e Quedas do Iguaçu.

Além disso, a marca abriu novos 100 postos de trabalho com um investimento na indústria de Guarapuava, anunciado no ano passado, no valor de R$ 40 milhões. Com isso, segue com a meta de aumentar 12% a produção até o início de 2023.

Segundo a empresa, o foco é na exportação. O braço industrial assumido pela Millpar exporta para nove países na América do Norte, Europa e Austrália. Os Estados Unidos absorvem 93% da produção da indústria paranaense.

 

Abicalçados: exportações de calçados até setembro já superam todo 2021

O setor calçadista brasileiro já exportou mais de janeiro a setembro de 2022 do que em todo o ano passado. Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, entre janeiro e setembro, as exportações do setor somaram 107,9 milhões de pares, que geraram US$ 990,35 milhões. O resultado é superior em relação ao mesmo período do ano passado tanto em volume, com alta de 25%, quanto em receita, com alta de 60%. Em todo 2021, as exportações geraram US$ 900 milhões.

Quando se olha apenas o mês de setembro, porém, foram embarcados 10,33 milhões de pares por US$ 109,45 milhões. O resultado foi inferior em volume (-6%) e superior em receita (42%) em relação ao mês correspondente do ano passado.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, avalia que as exportações do setor já estão amplamente recuperadas das perdas provocadas pela pandemia de covid-19. “Em relação ao mesmo período de 2019, portanto na pré-pandemia, já crescemos mais de 35% (em receita). Também aumentamos o preço médio do par embarcado, de US$ 7 para US$ 10,60, o que demonstra que estamos exportando produtos com maior valor agregado. É um bom momento para as exportações brasileiras”.

Segundo o executivo, impactam positivamente o aumento dos embarques para os países vizinhos, que vêm sofrendo com os altos custos de fretes da Ásia. “Existe um momento de busca desses países por fornecedores mais próximos geograficamente. O Brasil, como é o principal produtor fora da Ásia, vem atraindo esses mercados”, comenta Ferreira.

O principal destino das exportações de calçados brasileiros, entre janeiro e setembro, foi Estados Unidos. No período, foram embarcados para lá 15,3 milhões de pares, que geraram US$ 270,78 milhões, resultados superiores tanto em volume (+51,7%) quanto em receita (+77%) na relação com o mesmo intervalo do ano passado.

O segundo maior importador foi a Argentina, ainda que lá o setor enfrente desafios. Houve dilatação – até dezembro – da resolução do Banco Central da República Argentina (BCRA) que altera o acesso ao Mercado Único de Câmbio para pagamento de importações e que libera os pagamentos das mercadorias importadas somente após 180 dias.

“Não é a primeira vez que enfrentamos dificuldades na Argentina e sempre mantivemos uma participação relevante. É um mercado cativo para o calçado brasileiro”, avalia Ferreira.

Entre janeiro e setembro, o país importou 13,35 milhões de pares brasileiros, pelos quais foram pagos US$ 145,3 milhões, resultados superiores tanto em volume (+44,8%) quanto em receita (+80,3%) em relação ao período correspondente de 2021.

O terceiro destino do calçado brasileiro no exterior foi a França. Entre janeiro e setembro, foram embarcados para lá 5,3 milhões de pares, que geraram US$ 48,85 milhões, resultado estável em volume e incremento de 14,6% em receita na relação com o mesmo intervalo do ano passado.

Fonte: https://mercadoeconsumo.com.br/05/10/2022/economia/abicalcados-exportacoes-de-calcados-ate-setembro-ja-superam-todo-2021/

 

 

Após acordo entre Aduanas Brasil x EUA, SINDASP enaltece avanço, mas quer cadeia mais segura com Despachante Aduaneiro

O SINDASP – Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo, voltou a alertar sobre a ausência da sua categoria profissional no Programa Brasileiro OEA – Operador Econômico Autorizado. A comunicação foi feita logo após o anúncio do Acordo entre Aduanas de Brasil e EUA, ocorrido em meados de setembro, em Washington DC. O evento solene de assinatura encerrou uma longa jornada de negociações entre as equipes técnicas da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil e do Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras do Governo dos Estados Unidos da América, iniciada em 2015, com a assinatura do Plano de Trabalho Conjunto.

No encontro, a Receita Federal do Brasil firmou um Acordo de Reconhecimento Mútuo (ARM) com a Aduana Americana, oficializando a parceria entre seus Programas de Operador Econômico Autorizado. As empresas brasileiras certificadas como OEA-Segurança serão reconhecidas como mais seguras e de menor risco. Empresas certificadas têm direito a maior agilidade e previsibilidade de movimentação de suas cargas nos fluxos do comércio. Com a assinatura, empresas registradas no programa OEA brasileiro podem usufruir de maior celeridade no desembaraço aduaneiro nos EUA e vice-versa, diminuindo custos e aumentando a competitividade

Com a assinatura, a presunção é que o Programa Brasileiro de OEA passe a ser compatível ao Customs Trade Partnership Against Terrorism (C-TPAT).

O documento, referido como “acordo”, indica que os requisitos ou normas de segurança do programa de parceria da indústria estrangeira, bem como seus procedimentos de verificação, devem ser os mesmos do programa de Parceria Comercial Alfandegária Contra o Terrorismo (CTPAT), que é um programa voluntário, de parceria público-privada, que reconhece que o CBP pode fornecer o mais alto nível de segurança de carga somente através de estreita cooperação com os principais interessados da cadeia de fornecimento internacional, tais como importadores, transportadores, consolidadores, despachantes aduaneiros licenciados e fabricantes, e trabalhando com seus homólogos internacionais para assegurar a cadeia de fornecimento internacional por meio de ARMs

O CTPAT está empenhado em continuar os esforços com todas as partes internacionais interessadas para reforçar e assegurar as cadeias de abastecimento globais e a maior padronização global dos programas de OEA.

Reciprocidade completa – O SINDASP defende, no entanto, que o CTPAT, embora similar ao Programa AEO (versão EEUU) e também reconhecido pela OMA, requer adequações de Segurança e Conformidade com expressiva robustez. E mais: um upgrade da normativa AEO. A Entidade representante da categoria dos Despachantes Aduaneiros destacou que a assinatura deste Acordo exige reciprocidades aos elencados players na cadeia logística, inclusive a Certificação dos Despachantes Aduaneiros, e que a Reinserção desta relevante categoria no Programa ocorra de forma urgente, para que seja aplicada em sua plenitude. A proposta é que o regramento jurídico brasileiro do Despachante Aduaneiro carece de adequações ao da CTPAT e o modelo de Certificação deve ser validado pela Aduana Americana.

“O avanço foi fantástico e trará benefícios para todos. Mas, está cada vez mais claro que a cadeia segura se dará de forma plena somente com a inclusão ou o retorno do Despachante Aduaneiro entre os certificados como OEA. Os Acordos de Reconhecimento Mútuo (ARM) são acordos bilaterais ou multilaterais celebrados entre aduanas de países que possuam Programas de OEA compatíveis entre si, com o intuito de promover facilitação do comércio. Um dos principais players do comércio exterior brasileiro não pode estar ausente”, defende Elson Isayama, presidente do SINDASP.

Correios anunciam maior centro de tratamento de cargas da América Latina no Aeroporto de Guarulhos

Para 2023, os Correios querem ampliar o número de centros de tratamento internacionais. Atualmente, são três estruturas que funcionam no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Paraná. “Estamos trabalhando para, até o primeiro semestre de 2023, termos dois outros nos estados de Minas Gerais e Goiás”, antecipou Floriano Peixoto, Presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Mas a maior novidade vem para a infraestrutura de cargas em São Paulo. Os Correios pretendem ainda fazer o maior centro de tratamento de cargas nacionais e internacionais da América Latina no Aeroporto de Guarulhos. Para isso, a empresa firmou um acordo com a direção do aeroporto.

“Nós estamos finalizando um acordo com a direção do Aeroporto de Guarulhos para alugarmos um galpão de 100 mil metros quadrados, onde nós faremos o maior centro de tratamento de cargas nacionais e internacionais da América Latina. Este é um projeto de médio prazo, mas que ele já está com memorando de entendimento assinado”, afirmou Floriano Peixoto.

Os Correios têm 90 mil funcionários, sendo 48 mil deles carteiros. Por dia, os Correios movimentam 16,3 milhões de encomendas e objetos a partir de 10 linhas áreas e 11 mil agências espalhadas pelo país.

A empresa completa no ano que vem 360 anos, com sua história remontando a criação do Correio-Mor, em 1663, ainda no Brasil Colônia. A versão contemporânea da empresa data de 1969.

Com informações: Agência Brasil